“Ao contrário do que propagandeia o governo golpista de Michel Temer, a proposta que prevê alterações na aposentadoria dos(as) brasileiros(as) não irá atingir aqueles(as) que desfrutam de privilégios. Apenas aumentará o tempo de contribuição daqueles(as) que mais necessitam desse benefício, praticamente inviabilizando o seu acesso a um descanso digno”, afirma a secretária de Administração e Finanças da CUT-RS, Vitalina Gonçalves, em artigo sob o título “A (anti)reforma da Previdência é uma mentira” publicado nesta quinta-feira (7) no Sul21.

Segundo ela, que também integra a Frente Brasil Popular, “o golpista Temer, que se aposentou aos 55 anos e percebe R$ 30 mil mensais, vem financiando uma campanha de mídia milionária para convencer a população que deseja acabar com privilégios”. Vitalina denuncia que o governo “realiza farta distribuição de recursos públicos, emendas parlamentares e troca de favores para garantir que deputados e senadores aprovem o projeto”.

Leia a íntegra do artigo de Vitalina Gonçalves:

A (anti)reforma da Previdência é uma mentira

Ao contrário do que propagandeia o governo golpista de Michel Temer, a proposta que prevê alterações na aposentadoria dos(as) brasileiros(as) não irá atingir aqueles(as) que desfrutam de privilégios. Apenas aumentará o tempo de contribuição daqueles(as) que mais necessitam desse benefício, praticamente inviabilizando o seu acesso a um descanso digno.

Segundo o Dieese, os cálculos que tentam demonstrar o déficit da Previdência não são confiáveis. A estratégia do governo é gerar alarmismos e insegurança com relação à Previdência Pública para incentivar a migração de contribuintes para planos de previdência do setor privado.

O golpista Temer, que se aposentou aos 55 anos e percebe R$ 30 mil mensais, vem financiando uma campanha de mídia milionária para convencer a população que deseja acabar com privilégios. Realiza farta distribuição de recursos públicos, emendas parlamentares e troca de favores. Faz tudo para garantir que deputados e senadores aprovem o projeto, pois disto depende sua sustentação política no Planalto. Afinal, foi para isto que os golpistas, dentre eles o próprio Temer, romperam o pacto democrático e o Estado de Direito no Brasil, derrubando Dilma sem crime de responsabilidade, através de um falso impedimento, para aprovar essas reformas, a qualquer custo.

Se aprovado o projeto da (anti)reforma da Previdência pela Câmara dos Deputados, a grande maioria dos trabalhadores terá de contribuir, em média, 40 anos para ter direito à aposentadoria. Atualmente são 25 anos de contribuição. Por exemplo: um(a) trabalhador(a) de 52 anos, que já contribuiu por 30 anos, mesmo na regra de transição, pela nova lei, não poderá aposentar-se antes dos 62 anos. Ou seja, terá de contribuir mais 10 anos, totalizando 40 anos.

Soma-se a este fato a (anti)reforma Trabalhista e a terceirização, aprovadas pelo Congresso e que já entraram em vigor este ano, tornando o tempo de contribuição ainda maior, independente da aprovação da (anti)reforma da Previdência, devido ao trabalho intermitente e a precarização nas formas de contratação (terceirização, quarteirização, pejotização, etc). Esses fatos, aliados ao período de recessão e baixo emprego, são a certeza de que trabalharemos até morrer e os privilegiados em nada serão atingidos.

Para as mulheres há ainda um agravante, pois acumulam papéis sociais como genitoras, cuidadoras da família, dos pais, dos doentes, dos filhos, etc e são muitas vezes obrigadas a afastamentos do mercado de trabalho, reduzindo ainda mais o seu tempo de contribuição. O seu direito à aposentadoria será interditado pela nova lei.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), as demais centrais e movimentos sociais, realizaram, em 5 de dezembro, um Dia Nacional de Mobilização e Protesto contra a reforma da Previdência. Não permitiremos que roubem os direitos dos(as) trabalhadores(as). Estaremos na ruas, indústrias, escolas e aeroportos e denunciaremos todos(as) deputados(as) e senadores(as) golpistas, para que não aprovem mais esta antirreforma, pois representará uma sentença de morte para os(as) trabalhadores(as).

 

Fonte: CUT-RS com Sul21

 


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