Sindicalistas de todo o Rio Grande do Sul participaram na quinta-feira (14) da Reunião do Sistema Diretivo da Fetrafi-RS, realizada no auditório da entidade, no centro de Porto Alegre.
Antes do início do debate, diretores da Fetrafi-RS falaram sobre o movimento em defesa do Banrisul público. Os diretores da Fetrafi-RS, Carlos Alberto Rocha e Denise Falkenberg Correa, destacaram a importância de intensificar a coleta de assinaturas para o Projeto de Lei de Iniciativa Popular (Plip) que pretende barrar a iniciativa do governo Sartori de vender mais uma parte das ações do banco.
Depois disso, a primeira mesa do evento abordou o tema discriminação. Na oportunidade, ocorreu a lançamento da Campanha Nacional de Combate à Discriminação, organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), federações e sindicatos filiados.
Veja o vídeo da campanha:
A mesa foi composta pelo desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), Roger Raupp Rios, pelo secretário de Políticas Sociais da Contraf-CUT, Mauro Salles, que também é diretor do Sindicato dos Bancários de Porto Alegre e Região (SindBancários), pela secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, e o diretor executivo da entidade, Adilson Barros.
Segundo Roger Rios, a luta contra a injustiça econômica não avança na sociedade se outras lutas sociais – contra o racismo, o machismo e a homofobia – não avançarem também. "O mal hoje é banalizado, as pessoas preferem não pensar nestes assuntos. Uma campanha como esta pode dar visibilidade e ajudar a pensar”, disse. O desembargador também apontou o aumento da criminalidade como um fator que incentiva a intolerância. "A violência, especialmente urbana, é assustadora. Mas não podemos nos deixar levar pela exploração emocional disso. Pois é um caldo de cultura para a fixação do preconceito. Por tudo isso, é muito importante que o sindicalismo discuta estas pautas, o que muitos outros setores sociais não estão fazendo”, concluiu.
Na avaliação de Elaine Cutis, hoje vivemos um imenso retrocesso social no país: "O Brasil já é o país que mais assassina transexuais no mundo inteiro”, revelou a sindicalista. "O mote da nossa campanha – ‘Não precisa ser, para sentir’ – deve virar um selo da luta contra a discriminação. E não deve ficar só entre a categoria, precisa ir para fora, para toda a sociedade. É uma campanha que tem um começo, mas não tem fim”, afirmou. Ela relatou que a Contraf-CUT vem solicitando à Fenaban mais espaço para entrar nos bancos com esta bandeira da conscientização, mas ainda sem um retorno.
Defesa da Caixa
À tarde, a reunião do Sistema Diretivo da Fetrafi-RS teve seguimento com o lançamento da campanha Nacional em Defesa da Caixa. A apresentação ficou a cargo do diretor da Contraf-CUT, Gilmar Aguirre, e da diretora da Fenae, Rachel Weber. Ela disse que é momento para reunir todas as entidades com o único propósito de defender a Caixa, que vive sob ameaça de ser transformada em S/A. Na quarta-feira (13) havia sido criado o Comitê Gaúcho em defesa da Caixa, com a participação de dez entidades representativas dos trabalhadores do banco.
Na avaliação de Rachel, a participação dessas entidades será importante para a marcação de audiências nas Câmaras de Vereadores dos municípios gaúchos, o que é importante para fazer a interiorização da Campanha.
> Acesse o site da campanha em defesa da Caixa
Reformas
Sindicalismo pós-golpe na CLT foi o tema seguinte abordado na reunião. O assessor jurídico Milton Fagundes apresentou sugestões para os sindicatos se readequarem a nova realidade imposta pelo fim da contribuição sindical. A realização de uma única assembleia que contemple todos os sindicatos e a otimização dos serviços ofertados foram alguns os pontos abordados. Ele também lembrou da necessidade de antecipar as assembleias que irão deliberar sobre as negociações coletivas em 2018. Por fim, Milton Fagundes esclareceu dúvidas sobre a conduta do Santander a respeito das horas-extras e o posicionamento que o trabalhador deve tomar.
Reforma da previdência foi o tema seguinte a ser debatido. A advogada previdenciária Aline Portanova expôs ponto-a-ponto o que vai mudar na aposentadoria dos trabalhadores, caso a reforma seja aprovada. Finalizando a Reunião do Sistema Diretivo, a diretora da Fetrafi-RS, Maria Cristina Santos falou sobre assuntos relacionados ao Banco do Brasil. O principal assunto destacado foi o descomissionamento em massa de gerentes gerais em várias praças de todo o Brasil.
Fonte: Fetrafi/RS, com edições da Contraf-CUT