A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), sindicatos dos bancários e representantes dos empregados da Caixa Econômica Federal se reuniram na quarta-feira (10) com representantes de movimentos sociais, especialmente os de luta por moradia, para definirem o calendário de lutas do Comitê Estadual em Defesa da Caixa Econômica Federal.

A primeira atividade já ocorre na sexta-feira (12), dia do aniversário da Caixa. “Vamos realizar um grande ato na avenida Paulista para fazermos o lançamento público de nosso comitê”, informou Dionísio Reis coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa). “Estamos preocupados com o destino que estão desenhando para o banco, que coloca em risco o Minha Casa Minha Vida, o FGTS, o Bolsa Família e diversas outras políticas voltadas à população mais carente. O aniversário da Caixa é o melhor momento para destacarmos a importância da manutenção da Caixa como banco 100% público”, acrescentou.

“A manutenção da Caixa como um banco 100% público é fundamental para o desenvolvimento socioeconômico do país. As políticas habitacionais voltadas para a população de baixa renda, por exemplo, somente são possíveis devido ao caráter público do banco”, lembrou Sergio Takemoto, secretário de Finanças Contraf-CUT e diretor da Federação Nacional das Associações de Empregados da Caixa (Fenae).

Takemoto explicou que a carteira de imóveis voltados para a baixa renda não dá o mesmo lucro para construtoras e bancos do que a de imóveis mais caros. “Por isso, os bancos privados não têm interesse em tocar as políticas habitacionais voltadas para a população de baixa renda. Tirar o caráter 100% público da Caixa é impedir esse segmento social de sonhar com a casa própria e condená-la a viver de aluguel”, disse.

Política de Estado
Para Evaniza Rodrigues, da coordenação da União de Movimentos de Moradia, além da manutenção da Caixa 100% pública, é preciso que o governo tenha interesse em atender a demanda por moradias populares e destine recursos do orçamento para essa finalidade. “O governo Temer está promovendo cortes no orçamento de todas as áreas sociais. Diz não ter dinheiro para a Saúde, para Educação, para a área habitacional, mas isenta empresas e empresários do pagamento de impostos, não cobra ou, pior, perdoa dívidas dos grandes devedores. É um governo que não tem interesse em resolver os problemas sociais e, mais do que isso, quer acabar com todas as ferramentas que possam permitir que um futuro governo atenda a estas demandas. Por isso quer acabar com a Caixa, com a Eletrobras e todas as demais empresas públicas. Não podemos permitir que isso aconteça”, disse.

Evaniza lembrou também da importância da Caixa para a garantia de acesso da população de baixa renda aos serviços bancários. "A Caixa chega onde os bancos privados não chegam, como pequenas cidades, bairros da periferia, assumindo a responsabilidade pelo pagamento de  benefícios sociais nestas localidades. Mesmo nos grandes centros, muita gente não consegue abrir conta nos bancos privados. Cabe à Caixa e demais bancos públicos a garantia desse direito", afirmou.

Cartilha
As ações serão realizadas em frente às agências da Caixa, mas em toda a extensão da avenida Paulista haverá distribuição de materiais que explicam a importância dos bancos públicos e da Caixa especificamente. As entidades de representação dos trabalhadores também desenvolveram uma carta aberta, que será entregue à população para explicar o motivo da manifestação.

Caixa em São Paulo
No estado de São Paulo, somente Banco do Brasil e Caixa operam 26,5% do total de crédito ofertado. A Caixa, em 2016, pagou mais de R$ 2,6 bilhões em benefícios do Bolsa Família a 1.480.090 famílias, 8,8% da população paulista. Só via programa Minha Casa Minha Vida, operado pela Caixa, foram 883 mil unidades contratadas e 600 mil entregues no estado, resultado de um investimento de R$ 76 bilhões.

Novo ato
No dia 18, os empregados da Caixa e movimentos sociais retornam à Avenida Paulista para um novo grande ato em defesa da Caixa 100% Pública, da sua função social e dos seus empregados. Será feita distribuição de cartilhas e informativos ao longo de toda a via sobre a importância do banco público para a sociedade e pela valorização dos bancários.

Fonte: Contraf-CUT


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