A partir de denúncias encaminhadas pelo SindBancários e Fetrafi-RS a respeito das irregularidades envolvendo a venda de ações do Banrisul neste ano pela atual diretoria do banco, o Ministério Público do Estado abriu inquérito civil para apurar os pontos obscuros da transação. No dia 27 de abril, o banco leiloou 2,9 milhões de ações ordinárias (com direito a voto). A venda teve valor unitário muito abaixo do praticado no mercado – de apenas R$ 17,65 cada papel, o que trouxe grande prejuízo ao estado, conforme registrou o próprio MP, na portaria de instauração do inquérito.

Na verdade, este foi o segundo leilão de ações do Banrisul neste ano, sendo o primeiro no dia 10 de abril, quando o Governo do Estado, através do banco, vendeu 26 milhões de títulos preferenciais (sem direito a voto), que renderam R$ 484, 9 milhões.

As duas transações apresentaram vários pontos nebulosos, chamando a atenção também do Ministério Público de Contas, o TCE e Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a partir de denúncia das entidades de bancários e dos próprios banrisulenses.

Venda sem "fato relevante”

Um dos pontos que chamou a atenção foi a realização de leilão de ações sem a indispensável comunicação de "fato relevante” ao mercado. Outro fator não explicado convincentemente foi a contratação do banco BMG Pactual para realizar a transação em bolsa de valores, quando o Banrisul possui a própria corretora. Há ainda o fato de a negociação, por parte do banco, ter sido coordenada por um diretor que após uma carreira no Banrisul ter sido funcionário graduado do BMG Pactual e recentemente ter voltado ao banco público para coordenar a operação de venda das ações…

O presidente do SindBancários, Everton Gimenis, lembra que o Sindicato chegou a fazer denúncia diretamente a CVM, no Rio de Janeiro, que aceitou a argumentação e abriu inquérito para investigar as irregularidades das operações feitas pelo Banrisul.

 

Informações: SindBancários Porto Alegre


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