Pagamento do auxílio emergencial tem causado filas enormes e consequente desgaste dos funcionários, afirma representante da Fetrafi-RS na CEE-Caixa

Os trabalhadores e trabalhadoras da Caixa Econômica Federal estão com a missão de atender todos os beneficiários do auxílio emergencial de R$ 600 concedido pela União para famílias de baixa-renda. Porém, o atendimento está gerando filas imensas e provocando o desgaste dos funcionários do Banco, segundo observa o representante da Fetrafi-RS na Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Gilmar Cabral Aguirre.
“O preço por esse trabalho é o desgaste psicológico e físico. A população precisa do auxílio e os funcionários da Caixa fazem de tudo para atender. Dentro das agências têm gente se doando e muito, inclusive com medo de pegar a Covid-19 por conta da exposição”, relata Aguirre.

Para ele, é importante que o governo federal assuma a responsabilidade pela organização da demanda. “Nós estamos fazendo o nosso papel, mas o governo tem que fazer a parte dele, buscar parceria com as prefeituras para gestão da fila, fazer campanhas informativas”, defende, destacando que a descentralização, inclusive, facilitaria para a população.

Até o momento, 50 milhões de brasileiros tiveram creditada a primeira parcela do auxílio em suas contas, totalizando R$ 35,5 bilhões. Foram 51,1 milhão de cidadãos credenciados, 696 milhões de acessos ao site do Auxílio Caixa, 130 milhões de pessoas ligaram para o número 111 criado para atendimento exclusivo sobre o assunto, 76,9 milhões de dowloads do site e 82 milhões de dowloads do aplicativo Caixa Tem.

“Só esses números já dizem o tamanho do desafio que os empregados da Caixa têm”, frisa Aguirre, lembrando que a CEE conseguiu importantes vitórias nas negociações para enfrentamento do coronavírus: a Caixa foi o primeiro banco a editar protocolos de ações, negociamos distribuição de EPIs, conseguimos home office para grupos de risco, entre outras ações.

As agências da Caixa vêm abrindo aos sábados em todo o país. No próximo dia 9, abrirão novamente e os funcionários estão trabalhando das 8 às 14 horas diariamente para atender à demanda. “Porém, tem colegas trabalhando até às 17 horas Brasil afora. Estamos nos dedicando, mas estamos chegando no limite”, destaca o representante da Fetrafi-RS na CEE.

Soma-se à grande demanda, o número reduzido de empregados em atendimento. A Caixa já teve 101 mil funcionários, hoje tem pouco mais de 84 mil. “Desde o governo Temer há o sucateamento das empresas e serviços públicos. Até sermos chamados a ajudar nesse momento, a Caixa era alvo de privatização, de venda das subsidiárias para seu enfraquecimento por parte do governo Bolsonaro”, relembra Aguirre.

Segundo ele, grande parte das pessoas que recebem o auxílio não precisam se deslocar até a agência, pois podem fazer todos os trâmites via internet e o pagamento já entra automaticamente na conta indicada ou na poupança aberta para essa finalidade. “Por isso, pedimos que as pessoas busquem informações para não precisarem sair de casa e ir até o banco sem necessidade”, conclui.

Fonte: Fetrafi-RS


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