Depois de retomar o diálogo permanente com o Banrisul, na semana passada, o Comando Nacional dos Banrisulenses teve nova reunião com o Banco nesta quarta-feira, 18 de março, na qual avançou nas discussões pendentes e cobrou a manutenção dos protocolos de prevenção à Covid-19.

Um dos principais pontos levantados pelos representantes dos Banrisulenses foi a preocupação com o fechamento da folha de pagamento do Estado. “Vira o mês e parece que os protocolos (contra a Covid-19) são esquecidos. O que manda é a fila, a demanda lá fora, atingir o resultado”, destacou o diretor da Fetrafi-RS e empregado do Banrisul, Sérgio Hoff.

O pagamento de salários, aposentadorias e pensões gera filas nas portas dos bancos e aglomerações nas agências, o que não é aceitável neste período grave da pandemia. Para isso, segundo os Banrisulenses, é preciso que o Banco divulgue o agendamento eletrônico e oriente seus gestores a não abrirem exceções. “A gente entende o lado do cliente, a gente não entende é porque não há uma orientação firme do Banco para o cidadão. Temos que fazer as pessoas entenderem, até para a proteção delas, que elas não podem ir para as filas, precisam agendar o atendimento”, completou Hoff.

Segundo os representantes do Banco, a diretoria do Banrisul foi informada das denúncias feitas pelos Banrisulenses em reunião da semana passada e que o último informe aos superintendentes deixou claro que o Banco não fará nenhum atendimento em agência que não seja previamente agendado. Além disso, o presidente Claudio Coutinho teria sido enfático em reunião com superintendentes determinando o cumprimento efetivo dos protocolos sem interpretações.

Vigília permanente

Ainda com relação às medidas contra a Covid-19, a diretora da Fetrafi-RS Denise Falkenberg Corrêa reforçou que o movimento sindical precisa estar sempre vigilante para não permitir o afrouxamento das regras. “Temos que estar sempre vigilantes, não é porque fazemos reuniões e tiramos encaminhamentos precisos e bons para os dois lados que vamos parar de fiscalizar. Cuidamos não só dos colegas, mas de quem vai até a agência (o cliente) também”, frisou.

Denise solicitou que o Banco fique atento à questão das funcionárias gestantes e mães de crianças pequenas. Há uma orientação, desde a campanha salarial do ano passado, acordada com o Banrisul, de que estas trabalhem em home office. Entretanto, houve relato de uma agência em que, mesmo com atestado médico, o gestor não liberou a gestante. “Essa situação não é administrável. A recomendação já bastante divulgada dos médicos é de que as trabalhadoras grávidas devem ser afastadas (do atendimento presencial)”, pontuou Denise.

Na sequência, o presidente do Sintrafi Florianópolis/SC, Cleberson Pacheco Eichholz, reconheceu que o diálogo entre o movimento sindical e o Banrisul proporcionou bons avanços com relação ao manejo da pandemia, principalmente com relação aos agendamentos, mas também reforçou a importância da vigilância constante. “Tudo pode se perder se o Banco decidir flexibilizar alguma medida. Estamos em momento de subida (dos contágios por coronavírus), não conseguimos estabilizar a curva. Segundo análises, provavelmente vai estabilizar nos próximos dias, mas em um patamar muito alto”, alertou.

Telemedicina

Também diretora da Fetrafi-RS e empregada do Banrisul, Ana Maria Betim Furquim questionou a solução do Banco quanto a demora na resposta da telemedicina. Na reunião da semana passada, a dirigente havia relatado que em alguns casos, a demora na testagem estava prejudicando colegas do Interior. “Nós, bancários e bancárias, não somos melhores do que ninguém. Mas nos preocupamos com esses 50% de colegas que estão no trabalho presencial”, ressaltou.

O Banco informou que houve atrasos da telemedicina como reflexo do feriado de carnaval, mas que a situação já está normalizada e que, portanto, os atendimentos estão sendo feitos em até dois dias para os casos suspeitos sintomáticos e o funcionário é afastado pelo prazo de 14 dias. Entretanto, há casos em que o colaborador é afastado por 14 dias mesmo quando assintomático, isso depende de definição da telemedicina.

Conforme acordado na reunião, o Banco se comprometeu a:
•    Fazer atendimento presencial somente com agendamento independentemente do tamanho da agência;
•    Abrir as agências com apenas 50% da equipe em trabalho presencial;
•    Cumprir protocolos relacionados à testagem e, se, em 48 horas a telemedicina não responder à solicitação do funcionário, o Banco irá aceitar teste feito por outro meio, ressarcindo o funcionário testado;
•    Deslocar gestantes e mães com filhos pequenos para home office;
•    Realizar campanha educativa direcionada aos clientes para que evitem ir pessoalmente à agência.

Outros assuntos

Além dos temas relacionados à Covid-19, o Banrisul também respondeu a outras demandas apontadas pelos Banrisulenses, como a criação das comissões permanentes definidas durante a Campanha Salarial, e seu regimento de funcionamento. A assessoria jurídica da Fetrafi-RS fará a minuta do regimento.

Também foi cobrado o dimensionamento de caixas fixos, o que o Banco prometeu encaminhar, bem como a reposição de comissionados nas agências acéfalas, que perderam funcionários após o PDV. Segundo o Banco, os casos são poucos e já está sendo encaminhada uma solução.

Por último, os sindicalistas cobraram a distribuição da vacina da Gripe A (H1N1) e o Banco informou que a Cabergs abriu consulta para mapear as agências que gostariam de vacinar, mas nem todas foram contatadas ainda.

Esses e outros assuntos serão retomados na próxima reunião, agendada para a próxima quinta-feira, 25 de março, às 14 horas.

Fonte: Portal Bancários RS


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