Empregados não aceitaram proposta excludente feita pelo banco; negociações serão retomadas na sexta-feira (26)

 

O Grupo de Trabalho de Promoção por Mérito da Caixa Econômica Federal se reuniu na segunda-feira (22) para dar continuidade às negociações sobre os critérios a serem adotados para o pagamento dos valores referentes ao Plano de Cargos e Salários (PCS), “deltas”. O GT é composto de forma paritária por representantes dos trabalhadores e do banco.

A Caixa apresentou proposta considerando o programa de Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) como único parâmetro a ser utilizado para o cálculo, frustrando a representação dos empregados.

“A própria Caixa diz que a GDP é utilizada como forma de ‘educar’ os gestores a fazerem uma avaliação mais condizente com a realidade. Ou seja, ela não avalia corretamente o desempenho dos empregados. Portanto, não deve ser utilizada como parâmetro para o cálculo”, disse o coordenador da representação dos empregados no GT, João Paulo Pierozan. “Além do mais, a Caixa sequer respondeu sobre nosso questionamento sobre o dia não trabalhado no dia 27 de abril, devido à greve. O banco considera o dia como falta não justificada, o que impede que um número muito grande de empregados participem do processo de promoção por mérito. Não temos como aceitar isso”, completou.

Pela proposta apresentada pelo banco, apenas 62% dos empregados receberiam delta (57% receberia um delta e 5% dois deltas). Neste momento (base outubro/2021), estes 5% estão enquadrados como desempenho excelente na GDP, mas isso pode mudar até o final do ano.

Curva forçada

“A nova GDP utiliza um mecanismo chamado “curva forçada”, que define que 5% dos empregados, mesmo que tenha cumprido todas as tarefas e as metas propostas não receberá o desempenho excelente. Não dá para aceitar que uma parte dos empregados, mesmo tendo realizado tudo o que foi proposto, seja penalizada”, disse a coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt, que também é secretária de Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

“O mais razoável é que a direção da empresa garanta um delta para todos os empregados elegíveis, assim como foi feito no ano base 2020”, completou Pierozan.

Atraso na negociação

Já em abril de 2021, quando foi efetuado o pagamento referente ao ano base 2020, o movimento sindical cobrava que a Caixa iniciasse as negociações para a definição dos critérios da Promoção por Mérito, mas o banco somente aceitou realizar uma reunião para tratar do assunto na semana passada.

“Infelizmente, somente agora a Caixa aceitou tratar do assunto. E agora propõe um modelo que exclui grande parte dos empregados. O mais sensato é que se mantenha o modelo utilizado em 2020 e comecemos já a tratar do modelo para 2022”, defendeu a coordenadora da CEE.

Continuidade das negociações

A próxima reunião para tratar sobre a promoção por mérito será realizada na sexta-feira (26).

 

Fonte: Contraf-CUT


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