Nesta quarta-feira, 11 de maio, os empregados e empregadas do Santander se encontraram de forma virtual (pelo Zoom) para discutir as pautas específicas que devem compor as reivindicações da campanha nacional dos(as) bancários(as) deste ano. Entre os pontos principais foram debatidos a renovação da PPR, a prorrogação do Acordo Coletivo de Trabalho do Banco de Horas, que se encerraria em 31 de agosto, e a anistia de parte das horas, a recolocação de GAs demitidos na reestruturação de cargos, a terceirização, o fechamento de agências, a redução do quadro de empregados(as) e o adoecimento causado por cobrança de metas abusivas.

Todas essas pautas estão latentes entre os trabalhadores e as trabalhadoras do Santander e o movimento sindical vem cobrando a atenção do banco sistematicamente, sem retorno. “O descaso do banco com os trabalhadores vêm refletindo nas suas derrotas judiciais. O Santander é mal comentado dentro do judiciário, isso é ruim para o banco e para os trabalhadores”, apontou o representante da Fetrafi-RS na Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander e diretor do SindBancários Porto Alegre, Luiz Carlos Cassemiro. “Precisamos construir um plano de lutas nacionalmente e mobilizar os trabalhadores para conseguirmos um bom acordo coletivo este ano.”

Conjuntura nacional

O encontro estadual foi aberto pelo diretor da Fetrafi-RS e empregado do Santander Juberlei Bacelo, que fez uma análise da conjuntura nacional. “Em 31 de agosto vence o acordo coletivo da categoria. Estaremos a um mês das eleições presidenciais e é importante entender que de nada adianta conseguirmos um bom acordo se continuarmos com o mesmo grupo político no poder. Os bancários passaram anos segurando diversas medidas que acabam com as nossas conquistas, como as propostas de trabalho aos sábados e domingos, entre outras. Mas, se o governo Bolsonaro continuar no poder, será ainda mais difícil manter nossos direitos.”

Para a coordenadora da COE Santander, Lucimara Malaquias, os bancários e bancárias têm duas prioridades este ano: a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho e a eleição de Lula para a presidência do Brasil, para garantir a manutenção dos direitos conquistados.

Com relação às pautas específicas do Santander, Lucimara propôs a criação de uma campanha nacional contra a terceirização do trabalho bancário. O Santander é um dos bancos que vem investindo mais na terceirização, com as empresas Prospera e SX, que já executam os setores de microcrédito e cartões de crédito do banco e onde não há funcionários contratados como bancários, embora exerçam essa função na prática.

Balanço

A técnica do Dieese Cátia Uehara apresentou o balanço do Santander para o primeiro trimestre de 2022. Segundo ela, o banco tem ¼ do seu lucro mundial no Brasil (24,7% do total). Os resultados do banco apresentam um crescimento de 1,3% em um ano e segue em patamares acima da pré-pandemia, tendo seus melhores resultados trimestrais este ano. Grande parte desse resultado, afirma Cátia, se deve à carteira de crédito impulsionada pelo segmento pessoa física.

Os dados relacionados à redução e ao aumento dos postos de trabalho também chama a atenção: o número de empregados e empregadas do Santander diminuiu em 2020, com o início da pandemia, mas fechou em saldo positivo no último trimestre. Conforme a técnica do Dieese, esses dados mascaram a realidade das demissões no Santander, que desligou bancários contratados com todos os direitos garantidos na Constituição para contratar autônomos, os chamados “personal bankers”, sem direitos trabalhistas.

Veja aqui a apresentação do Dieese.

Ao final do encontro ficou definhada que a delegação do Rio Grande do Sul no encontro nacional dos bancos privados que acontece em junho será definida entre todas as forças que compõem o movimento sindical. Serão cinco delegados(as) presenciais, cinco online e mais cinco observadores do evento híbrido.

 

Fonte: Fetrafi-RS


Compartilhe este conteúdo: