Apresentada durante a 24ª Conferência Nacional dos Bancários, a Consulta Nacional ajudou a definir a pauta de reivindicações dos bancários e bancárias para esta Campanha Nacional Unificada. O Rio Grande do Sul foi destaque na consulta, com o segundo lugar em participação do país, com 8,5% do total, ficando atrás apenas do estado de São Paulo, onde se concentra o sistema financeiro brasileiro.

O diretor da Fetrafi-RS, Juberlei Bacelo, comentou sobre a excelente resposta do RS na consulta que define a estratégia da campanha nacional em 2022. Juberlei apontou que após “essa ótima participação dos gaúchos e gaúchas, a tarefa é organizar a campanha para que tenhamos um resultado vitorioso, no sentido de conquistar um aumento real e manter nossos direitos”, mas também, mostrar organização “naquilo que aponta a categoria: o compromisso em votar num candidato a presidente que mantenha e até reponha os direitos retirados nos últimos anos. E este candidato tem nome”. Agora, disse, “vamos organizar nossa campanha nacional e eleger Lula presidente do Brasil”.

Os dados da Consulta Nacional foram apresentados por Cátia Uehara, técnica da Subseção do Dieese do Sindicato dos Bancários/SP, durante a 24ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro.

Entre 26 de abril e 3 de junho, mais de 35 mil trabalhadores, sindicalizados ou não, que trabalham nas agências e nos departamentos bancários em todo o Brasil responderam às questões da Consulta Nacional aos Bancários. “É uma fase muito importante da nossa Campanha Nacional. É nosso pontapé inicial e ele foi dado em grande estilo, com participação de mais de 35 mil bancárias e bancários. Com isso, conseguimos identificar os anseios da categoria. Agora, contamos com a unidade e a mobilização de todos para sairmos vitoriosos dessa campanha”, disse presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é coordenadora do Comando Nacional dos Bancários. Mais da metade dos bancários está disposta a conversar com colegas de trabalho sobre as reivindicações da categoria (55%), participar de reuniões e assembleias (51,8%) e aderir à greve (41,7%) para conquistar os pontos que avalia como importantes. Para 94,8%, o financiamento da luta para manutenção e conquistas de direitos deve ser responsabilidade de todos os bancários, pois todos se beneficiam das conquistas.

Eleições são fundamentais

A classe trabalhadora aprovou uma pauta de reivindicações que está sendo apresentada aos candidatos, para garantir empregos, recuperar direitos trabalhistas e previdenciários e fortalecer a representação sindical. Para 84,3% dos participantes da consulta, é muito importante eleger, nas eleições deste ano, candidatos à Presidência e ao Congresso Nacional, comprometidos com as pautas dos trabalhadores. Outros 12,2% classificam como importante.

“A consulta nos mostra a preocupação dos bancários em eleger candidatos comprometidos com a pauta dos trabalhadores e fortalecer a democracia. Nossa campanha está inserida em uma conjuntura nacional ampla, em que os trabalhadores sabem dos desmontes promovidos nos últimos anos e a importância da nossa mobilização”, disse Ivone Silva, outra coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região.

Teletrabalho

Dado da consulta que chamou bastante atenção foi a opinião sobre a regulação do teletrabalho. Para 91% dos respondentes, ela deve ser realizada por meio de negociação coletiva, entre bancos e entidades sindicais.

Metas abusivas e assédio moral; saúde e condições de trabalho no teletrabalho estão entre os temas a serem debatidos na área da saúde. A consulta nacional mostra que, para a maioria dos entrevistados (77%), o cansaço e a fadiga constante são resultados da cobrança excessiva pelo cumprimento de metas. Desmotivação, vontade de não ir trabalhar, medo de “estourar” (54%), dor ou formigamento nos ombros e nos braços ou mão (51%) e crise de ansiedade (44%) também foram apontadas como impacto na saúde.

Outros efeitos do trabalho exaustivo identificados na consulta foram dificuldade para dormir (42%); crise de ansiedade (44%); crises constantes de dor de cabeça (26%), e dores de estômago e gastrite (26%). Mais de um terço dos bancários (35,5%) recorrem a antidepressivos, ansiolíticos ou estimulantes para se medicarem.

 

Fonte: Fetrafi-RS com edição da Comunicação Bancários Caxias do Sul e Região

 


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