Movimento sindical questiona práticas e falta de informações do Santander

 

A instalação de câmeras em agências do Santander está dando o que falar. Entre os(as) funcionários(as) o clima é de desconfiança porque o banco não comunicou oficialmente os(as) trabalhadores(as) e nem o movimento sindical, mas as câmeras estão instaladas.

Na semana passada, representantes do SindBancários e da Fetrafi-RS, se reuniram com o banco para falar sobre a preocupação dos colegas. O objetivo do movimento é garantir que as câmeras sejam utilizadas para, de fato, coibir roubos e furtos e não, a liberdade dos(as) funcionários. Este é o argumento do Santander: mais segurança.

Sem dúvida, o tema da segurança dos colegas é consenso, aponta o secretário-executivo do SindBancários, Luiz Cassemiro, o que não pode, afirma, “é usar uma ação de segurança para coibir trabalhadores nas agências”.

Para Juberlei Bacelo, diretor da Fetrafi-RS, o maior problema foi a falta de informação para os funcionários. O banco, disse Juberlei, “poderia explicar os motivos da implantação das câmeras, demonstrar com exemplos reais de que se trata de um dispositivo de segurança e não de vigiar as atividades dos trabalhadores”.

Entenda o caso
Este ano, sem avisar ninguém, o banco instalou novas câmeras espalhadas em diferentes locais nas agências atrás da área gerencial. Os(as) funcionários(as) estão intimidados, se sentindo vigiados.

Na reunião com o movimento sindical, o banco alegou como único argumento, a segurança. Segundo os representantes do Santander, o objetivo é monitorar a movimentação nas agências e gravar possíveis atividades criminosas, como tentativas de fraude e furtos de objetos. As imagens, apontaram os representantes, são de acesso exclusivo da área de segurança.

Ranking
Outro ponto tratado na conversa foram rankings de funcionários que têm circulado pelo banco. Em um dos materiais, com data base de 20 de junho, o Santander publica o nome, foto e agência de 15 GRS que já estariam com +20 pontos naquela data. O nome e unidade de outros 113 funcionários são listados, como GRS com +15 pontos.

O ranqueamento é uma prática proibida pelo próprio regulamento do Santander. Em 21 de maio de 2020, o banco assinou e enviou internamente um comunicado sobre Boas Práticas nas Relações laborais e Prestação de serviços.

A exposição de ranking nominal aparece como primeiro ponto entre as práticas não permitidas. Para Cassemiro, o ranking é mais uma perversidade do banco, mais um motivo de adoecimento para os colegas, tanto para quem está no ranking, mas, principalmente, para quem não aparece na lista.

“As metas já são abusivas. Cada colega que está na lista sabe o que precisou fazer para atingi-las”, reflete Cassemiro. Mas para o dirigente, não fazer parte desta lista é um forte motivo de adoecimento. “Imaginemos o desgaste emocional dos que não estão na lista e a pressão a que se submetem para atingir as metas. Pedimos ao banco para que pensem uma nova maneira de notificar os funcionários, até porque o próprio Santander entende que o ranqueamento não é uma boa prática”.

Veja o documento que proíbe o ranking

Mensagens de WhatsApp para pressionar

Os funcionários do Santander não conseguem descansar, diversos relatos chegam todos os dias no sindicato sobre cobrança de resultados até por mensagens de WhatsApp, fora do horário de trabalho.

Na reunião com o movimento sindical, os representantes do banco disseram que o Santander tem um treinamento de orientação institucional no qual destaca que contatos do gestor com o funcionário sobre trabalho, fora do expediente, não são permitidos. Os representantes prometeram reforçar a orientação.

Esses temas serão pauta de uma nova reunião entre o movimento e representantes do banco. A data ainda não foi marcada.

O sindicato recomenda que os colegas continuem denunciando casos de abuso no banco.

Fonte: Imprensa SindBancários

 


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