Queda nos preços dos combustíveis fez IPCA de julho recuar, mas a redução não beneficia os mais pobres, que gastam um quinto da renda com alimentação. Veja o que mais aumentou

 

A inflação dos alimentos, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atingiu 14,72% no acumulado de 12 meses, de julho do ano passado a julho deste ano. E os preços da comida continuam subindo sem parar.

A deflação de 0,68% em julho, provocada pela queda nos preços dos combustíveis, não mudou em nada o apertado orçamento familiar dos trabalhadores de trabalhadoras mais pobres, que têm menos recursos financeiros para enfrentar a alta dos preços, em especial de produtos de primeira necessidade.

Segundo a última Pesquisa de Orçamento Familiar, divulgada pelo IBGE em 2019, as famílias que ganhavam até R$ 1,9 mil gastavam mais de um quinto (22%) de sua renda com alimentação. Já entre as pessoas com a renda mais alta, os gastos com comida representavam 7,6% do orçamento.

E o grupo alimentos e bebidas foi o que registrou a maior alta de preços em julho. Só o leite longa vida subiu 25,46% no último mês. Em junho a alta havia sido de 10,72%.

Derivados como queijo (5,28%), manteiga (5,75%) e leite condensado (6,66%) também avançaram em julho. Outros destaques: a melancia subiu 31,26%,

Os alimentos pesquisados no IPCA que registraram variações acima de dois dígitos no acumulado de 12 meses até julho foram:

Mamão: 99,39%

Melancia: 81,6%

Cebola: 75,15%

Morango: 73,86%

Batata-inglesa: 66,82%

Leite longa vida: 66,46%

Café: 58,12%

Pepino: 53,18%

Manga: 47,51%

Alface: 38,65%

Cenoura: 37,82%

Maracujá: 36,70%

Banana: 35,71%

Feijão: 28,57%

Óleo: 26,33%

Açúcar: 21,9%

Farinha: 19,94%

Manteiga: 19,74%

Pão: 16,95%

Fonte: Contraf-CUT

Foto: CUT / Roberto Parizotti (Sapão)/Montagem: André Accarini


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