Departamento de Economia e Estatística (DEE) divulgou nesta quarta o Idese, indicador que avalia a situação socioeconômica do Estado

O Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), divulgou nesta quarta-feira (25) os dados do Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese), indicador que avalia a situação socioeconômica do Estado a partir de dados relativos à Educação, Saúde e Renda. Referentes a 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19, os dados apontam que o índice teve queda de 0,776 (resultado de 2019) para 0,768, em 2020, resultado influenciado especialmente pela queda na renda da população gaúcha.

O Idese, que é medido numa escala de 0 a 1, é calculado a partir da análise de três “blocos”: Renda, Saúde e Educação. Na comparação entre 2020 e 2019, o Bloco Saúde apresentou alta de 0,830 para 0,834, enquanto o Bloco Educação se manteve estável em 0,747. Contudo, o resultado renda caiu de 0,747 para 0,723, alcançando o menor patamar da série histórica do Idese, iniciada em 2013.

Foto: Reprodução

O DEE destaca que o resultado ocorreu em um contexto de pandemia e de forte estiagem, que resultaram em queda de 7,2% no PIB estadual em 2020. Em 2021, o PIB do Estado apresentou recuperação, com alta de 10,4%, mas os dados do Idese referentes a este ano ainda não foram calculados.

“Em que pese o ano de exceção e os reflexos da pandemia ainda não captados pelos dados, o Idese de 2020 consolida características bem regulares nas três dimensões do desenvolvimento no Rio Grande do Sul, com a renda muito suscetível aos revezes climáticos, a saúde em patamares avançados e a educação evoluindo mais rápido que a média geral dos índices desde 2013”, diz Tomás Fiori, um dos pesquisadores responsáveis pelo estudo.

A respeito do Bloco Renda, o DEE pontua que este costuma ser o componente mais volátil do Idese em situações de crises econômicas. Contudo, o estudo diz que chama a atenção a reversão no indicador que mede apropriação da renda gerada no Estado, o que significa que menos do que estamos produzindo é revertido internamente.

Em 2020, o índice de geração de renda caiu 3,4% na comparação com 2019, enquanto o indicador de apropriação caiu 4,05%. Na série histórica, entre 2013 e 2020, a geração de renda teve queda acumulada de 5,63%, enquanto a apropriação teve alta de 0,56%.

Por outro lado, o DEE destaca que, apesar do contexto negativo, o Idese de 2020 se manteve acima do patamar de 2018 e no segundo maior nível da série histórica, resultado influenciado pela alta no indicador de Saúde e pela estagnação no indicador de Educação, mesmo a área tendo sido fortemente afetada pela pandemia.

Contudo, o próprio DEE antecipa que o impacto da pandemia no Bloco Educação não foi totalmente mensurado no Idese de 2020. A avaliação do Ensino Fundamental, por exemplo, é feita a cada dois anos a partir dos resultados das provas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que ocorrem em anos ímpares. Portanto, o índice do Fundamental não teve variação no Idese de 2020.

Além disso, o DEE informa que o resultado do indicador de Educação Infantil, que teve queda de 2,5% ante 2019, deverá ser agravado pelo fechamento das escolas e cancelamento de matrículas em 2021.

Já o resultado do Ensino Médio registrou alta em 2020, +2,05%, beneficiado pela queda na repetência e na evasão escolar na modalidade ensino à distância.

No Bloco Saúde, o DEE aponta que o RS segue a tendência histórica de evolução positiva nos indicadores, sendo que o resultado de 2020 foi puxado pela melhoria das condições de saúde materno-infantil, com destaque para aumento no número de mães que fizeram pelo menos 7 consultas pré-natal.

Vários municípios também apresentaram melhoria nas taxas de mortalidade de crianças até 5 anos, o que o DEE considera que pode ser consequência do isolamento social e a menor incidência de outras doenças no período da pandemia. Já o ponto mais difícil de evolução do Bloco Saúde seria relacionado aos óbitos por causas mal definidas e os evitáveis.

O DEE destaca que os índices acima do patamar de 0,800 são considerados de alto desenvolvimento.

Carlos Barbosa assumiu a liderança no Idese por município do Rio Grande do Sul em 2020, com um índice de 0,896, uma variação de 0,64% em relação ao ano anterior. A cidade de Água Santa, líder em 2019, ficou na segunda posição em 2020 (0,895), seguida de Ipiranga do Sul (0,872), Aratiba (0,868) e Veranópolis (0,860).

Em 2020, o RS tinha 30,1% da população vivendo em municípios considerados de desenvolvimento elevado, igual ou superior a 0,800, enquanto 69,9% estava em municípios de médio desenvolvimento, com Idese entre 0,500 e 0,800. O percentual da população em cidades com desenvolvimento elevado caiu em relação a 2019, quando foi de 31,1%, mas pelo segundo ano seguido se manteve acima da casa dos 30%.

No ranking das cidades com mais de 100 mil habitantes, Porto Alegre manteve a liderança, com Idese de 0,825, seguida de Bento Gonçalves (0,823) e Santa Cruz do Sul (0,814).

Nos municípios de 20 mil a 100 mil habitantes, Carlos Barbosa está na frente, com Veranópolis e Horizontina (0,831) na sequência. Nas menores cidades, com até 5 mil habitantes, a liderança é de Água Santa, seguida de Ipiranga do Sul e Nova Boa Vista (0,855).

Em relação aos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes), a liderança é da Serra (0,820), seguida por Noroeste Colonial (0,812) e Norte (0,804). As regiões da Produção e Alto Jacuí, que no ano anterior haviam alcançado o alto desenvolvimento, voltaram a marcar índices abaixo desse limite (0,798 e 0,795, respectivamente).

Fonte: Sul 21  *Com informações do DEE e da SPGG.


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